A ECO92 foi a grande e histórica Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada no Rio de Janeiro, de 3 a 14 de junho de 1992, com a participação de grupos, entidades e líderes de todo mundo, desde as grandes potências a pequenos grupos de povos.
Veja a seguir, os dez grandes temas propostos e assinados na conferência:
Proteger as florestas
Limpar a atmosfera
Banir o CFC
Vigiar as indústrias
Preservar mares e rios
Combater a miséria
Desenvolver sem destruir
Evitar a desertificação
Controlar as usinas nucleares
Difundir novas técnicas
Os resultados concretos, algum tempo depois
Atropelada pela recessão mundial, a histórica Rio-92 continua sem merecer gritos de comemoração e pouco de concreto se tem feito até agora. Os problemas se agravam e os países ricos continuam faltando com duas promessas fundamentais: recursos financeiros e facilidades de acesso à tecnologia de ponta para os projetos ambientais.
10 intenções (em 1992)
10 indefinições (hoje)
Em que pé estão os grandes problemas do mundo.
Buraco no Ozônio
A destruição da canada de ozônio continuou mobilizando os cientistas. Vários países anunciaram o fim das emissões de CFC, o gás que destrói o estudo que protege o planeta dos raios ultravioleta. A nave espacial Discovery trouxe dados novos.
Água contaminada
A epidemia de cólera como o problema da água em países pobres é fundamental. Na França surgiram movimentos de solidariedade ao povo peruano, e todos os recursos são usados para colocar água potável nas favelas ameaçadas pela cólera.
Desmatamento
Os países ricos começam a admitir a inclusão das florestas temperadas num tratado que antes só se preocupava com a preservação das matas tropicais. Algumas nações asiáticas, porém, continuam resistindo a qualquer compromisso.
Superpopulação
Considerado um dos temas mais importantes para uma conferência como o Eco-92, o crescimento populacional ganhou pouco espaço nos documentos finais.
Lixo Atômico
O Brasil defende a proibição da transferência de lixo tóxico de um país para outro. Não há controle do material nuclear no Leste europeu. Greenpeace enuncia que 110 usinas têm problemas potenciais no reator, inclusive Angra I.
Alterações Climáticas
Primeira convenção a ser assinada na Eco-92, com o principal objetivo de reduzir as emissões de gás carbônico na atmosfera, só conseguiu até agora 14 ratificações. Precisa de 50. Previsões de entrada em vigor: meados de 1995.
Falta de Conscientização
A onda verde viveu altos e baixos. Na Alemanha houve certo declínio dos partidos ecológicos. Na França, os verdes tiveram menos votos que o Partido Comunista. Na Itália, a questão ambiental ganhou força. Pontos positivos: eleição de Albert Gore como vice nos EUA e criação da Cruz Verde Internacional.
Montanhas Ameaçadas
Nos debates oficiais, o tema não avançou muito. Alguns especialistas aconselham a formação de grupos de voluntários agindo em nível local e livres da burocracia como melhor caminho para salvar as montanhas. No Brasil, foi criado o movimento SOS Três Picos, em Friburgo, e acontecem esforços para salvar o Parque Nacional de Itatiaia. Mas nada de concreto foi feito em relação ao Pico da Neblina, região disputada por garimpeiros que ocupam as terras ianomamis.
Espécies em Extinção
A Convenção da biodiversidade, que prevê ajuda econômica e tecnológica aos países aos países que detém as maiorias reservas animais e vegetais do mundo - fonte de remédios e outros produtos vitais - passou um ano empacada, mas pode desencalhar. Das 30 assinaturas que precisa para entrar em vigor, recebeu apenas seis.
Desertificação
Foi a grande conquista dos africanos na Eco-92, que conseguiram trazer este tema para a agenda das preocupações mundiais. Grandes flagelos como a da Somália contribuem para dramatizar o problema. A grande dificuldade é que a ajuda humanitária noa países africanos acaba alimentando as pequenas guerras. No Brasil, o ano foi marcado pela ascensão de figuras políticas que só se interessam pela exploração do problema da seca, e não pela solução.